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Assim vai mudar Lisboa junto ao Tejo: novo cais estará pronto em 2020

Este é o projeto que vai mudar a zona ribeirinha da capital. Obras implicam um investimento de 27 milhões e já arrancaram.
10 dez 2019 min de leitura

“Devolver o rio Tejo aos lisboetas e à cidade de Lisboa”. A afirmação é de Fernando Medina, presidente da autarquia, e diz respeito à apresentação do Novo Cais de Lisboa, que vai nascer – as obras já arrancaram e o projeto estará concluído no segundo semestre de 2020 – na frente ribeirinha central, entre o Terreiro do Paço e a Doca da Marinha, naquela que é a maior operação de valorização do rio das últimas décadas. Em causa está um investimento de 27 milhões de euros.  

O Novo Cais de Lisboa vai dar uma nova vida a esta zona da capital. O que vai mudar? O Muro das Namoradeiras está a ser reconstruído, o aterro do Cais das Colunas será retirado, a Estação Sul e Sueste e a Doca da Marinha estão a ser reabilitadas e vai nascer na zona o Bacalhau Story Centre, o Centro Tejo e um Cais de Apoio à Atividade Náutica. De referir ainda que os pontões serão reforçados.

 

No que diz respeito ao investimento, 16 dos 27 milhões de euros foram aprovados pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e provêm do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, que é financiado através das taxas turísticas. Os restantes 11 milhões de euros são assegurados pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL), revelou Vítor Costa, diretor geral da ATL, durante a apresentação do projeto. O responsável adiantou ainda que o Novo Cais de Lisboa deverá estar concluído no segundo semestre de 2020. Informações que foram confirmadas depois por Fernando Medina, em declarações aos jornalistas.

Futura Doca da Marinha devolvida às pessoas

De acordo com Fernando Medina, toda a zona onde está a nascer o Novo Cais de Lisboa “está sem usufruto público” e “pouco qualificada”, estando a ser desenvolvidos “ao mesmo tempo vários projetos”. 

CML
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“Primeiro, a requalificação da Estação Sul e Sueste, que será a base de partida das embarcações tradicionais do Tejo que vão passar a ter aqui o seu lugar. Em segundo lugar, a reconstrução do Muro das Namoradeiras e a reconstrução do Cais das Colunas, eliminando o aterro que existe desde o tempo das obras do Metro. Em terceiro lugar, a devolução da Doca da Marinha à cidade e às pessoas. Era um espaço vedado, com um muro alto, com uma vedação, uma área destinada às operações da Marinha Portuguesa. Foi possível chegar a um entendimento com a Marinha (...) para que esta doca pudesse ser devolvida às pessoas”, destaca o autarca. 

Segundo Medina, a CML conta ter nesta futura doca a Marinha tradicional do Tejo, as embarcações tradicionais do Tejo e, a breve prazo, o navio Creoula, que também será recuperado e modernizado. 

CML
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Também presente na cerimónia de apresentação do projeto esteve José Luís Arnaut, presidente-adjunto da ATL, que enalteceu o facto desta ser “a maior operação de valorização do rio das últimas décadas”. “É um projeto de grande envergadura, que torna Lisboa mais atrativa e diferenciadora. O Tejo vai ser devolvido à cidade”, referiu.  

As várias frentes do Novo Cais de Lisboa

  • Muro das Namoradeiras, no Terreiro do Paço, está a ser reconstruído, de forma a repor o muro original e o seu complemento até à Ribeira das Naus. Os postes de iluminação originais estão a ser alvo de reabilitação e vão ser repostos, para preservar a silhueta original deste património simbólico da cidade. O projeto é do arquiteto Bruno Soares;
  • aterro entre o Cais das Colunas e a Praça da Estação, realizado há mais de duas décadas, aquando da construção do túnel e da estação do Metropolitano, será finalmente retirado. A praça vai recuperar o traçado original e o Cais das Colunas o relacionamento pleno com o Tejo;
  • Na Ala Nascente do Terreiro do Paço, vai nascer o Bacalhau Story Centre. Uma homenagem a um símbolo da gastronomia, da cultura e da história de um país que há muito pensa global. Um espaço para lembrar as gerações de marinheiros e pescadores. O projeto é do professor Álvaro Garrido, do NewsMuseum e do arquiteto Tiago Silva Dias;
  • Estação Sul e Sueste será reabilitada e recuperará o traço original de 1929, da autoria de Cottinelli Telmo. Aí vai também nascer uma nova área com cafetaria, quiosque, restaurante e esplanadas, um posto de informação, uma Lisboa Shop e o terminal de apoio aos passeios no Tejo, com a instalação de oito bilheteiras de diferentes operadores. O projeto é da arquiteta Ana Costa;
  • Os dois pontões da Transtejo/Soflusa serão reforçados e serão instalados três novos pontões com passadiços. A missão destas novas estruturas será acolher as embarcações dos diversos operadores turísticos, num sistema de slots por toque que possibilite uma atividade regular e eficaz e uma utilização partilhada. Será também reabilitado o pontão da Doca da Marinha, para dinamizar novas propostas de transporte fluvial;
  • No interior da Estação, vai nascer o Centro Tejo. Um espaço de promoção da oferta cultural e turística dos municípios ribeirinhos, para iniciativas de valorização do rio e consciencialização ambiental. O projeto é dos arquitetos Tiago Silva Dias e Pedro Mendes Leal;
  • Na praça, a intervenção urbanística vai permitir recuperar os espaços públicos junto ao rio e ligar os percursos pedonais e cicláveis ao longo da frente ribeirinha. O arquiteto Bruno Soares assina o projeto;
  • Entre a Estação Sul e Sueste e o novo Terminal de Cruzeiros, a Doca da Marinha vai dar lugar a um grande espaço arborizado, onde os peões e as vistas sobre a cidade e o rio recuperam prioridade face ao automóvel. Este é um projeto da autoria do arquiteto João Luís Carrilho da Graça.
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