Investimento em imobiliário comercial a acelerar em Portugal

O montante nos últimos três meses eleva o total do ano para 1.173 milhões e abre "boas perspectivas" para o 4º trimestre.
16 dez 2021 min de leitura

O investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu os 1.173 milhões de euros até setembro deste ano e pode chegar aos 2.500 milhões de euros no final do ano, de acordo com dados divulgados pela JLL no seu mais recente Market Pulse, o estudo trimestral desenvolvido pela consultora com a análise ao comportamento dos setores de investimento e de ocupação nas áreas de escritórios, retalho e habitação.
 

“Na sequência da recuperação sentida no trimestre anterior, o investimento em imobiliário comercial em Portugal acelerou consideravelmente no 3º trimestre deste ano, somando 583 milhões investidos. Este montante iguala o volume de investimento captado em toda a primeira metade do ano e coloca a atividade anual em 1.173 milhões”, destaca a JLL, em comunicado.
 

“Mantendo este ritmo de aceleração e considerando a maior apetência dos investidores para diversificarem os seus alvos de investimento quer no tipo de imóveis quer nas localizações, possivelmente alcançaremos no final do ano os 2.500 milhões transacionados”, defende Pedro Lancastre, diretor geral da JLL, citado na mesma nota. “Nos escritórios, também tudo se alinha para superarmos a ocupação do ano passado e na habitação as vendas têm surpreendido, com novo recorde de transações e preços sólidos. O retalho, naturalmente, tem recuperado mais lentamente, mas também está no bom caminho”, acrescenta o responsável.
 

Investimento em escritórios
Photo by Dylan Nolte/Unsplhas
 

O estudo trimestral da JLL conclui que 50% do investimento em imobiliário comercial diz respeito a negócios concretizados nos últimos três meses. Os escritórios concentram 50% do investimento anual, num total de 582 milhões, seguidos pelo imobiliário hoteleiro, com uma quota de 22% equivalente a 256 milhões, e do setor de alternativos, que captou 18% do montante investido, num total de 218 milhões. As yields prime mantêm-se estáveis em todos os setores, atingindo mínimos históricos nos escritórios (4,00%), comércio de rua em Lisboa (4,25%) e em industrial & logística (5,75%).

 

Principais indicadores por segmento

Investimento

  • O montante transacionado em imobiliário comercial ascendeu a  583 milhões no 3º trimestre, dos quais 53% dizem respeito à transação de ativos de escritórios e outros 41% de ativos hoteleiros.
  • Uma das maiores transações do trimestre diz respeito à venda de um portfolio de 15 edifícios de escritórios na Quinta da Fonte, por 150 milhões. No segmento de escritórios destaca-se ainda a venda do edifício JQ1, na zona Oriental de Lisboa, por 98 milhões.
  • No setor hoteleiro, a transação de vários ativos de primeira linha, como os hotéis Tivoli Vilamoura e Carvoeiro, por 148 milhões, provam que este mercado está a recuperar a bom ritmo depois da quebra do turismo.
  • As yields prime mantêm-se estáveis, atingindo níveis mínimos em vários setores. Casos dos escritórios, em 4,0%, e o no comércio de rua em Lisboa (4,25%), bem como em Industrial & Logística (5,75%). Nos centros comerciais as yields estão em 5,25% e nos retail parks em 6,5%.


Escritórios

  • No 3º trimestre o take-up em Lisboa ascendeu a 25.500 m2 num total de 39 operações, atividade que fica 41% acima do mesmo período de 2020.
  • Neste período, a zona 7 (outras zonas) foi a mais dinâmica, com 36% do take-up trimestral devido a uma operação de cerca de 7.000 m2 para ocupação imediata. Ainda assim, é o Parque das Nações (zona 5) que lidera em termos anuais. Do lado da procura, é liderada pelo setor de TMT’s & Utilities, com 46% do take-up trimestral, igualmente predominando o acumulado anual, com 42%.
  • A taxa de disponibilidade aumentou para cerca de 8%
  • Estão em pipeline cerca de 35.900 m2 para 2021, distribuídos por 5 edifícios.
Investimento em retalho
Photo by Heidi Fin/Unsplash



Retalho

  • "Observa-se uma recuperação da economia e, por conseguinte, do consumo. Contudo, a expansão da atividade no setor de imobiliário de retalho permanece limitada pela falta de produto em algumas zonas", nota a JLL.
  • Estão a emergir novos espaços de retalho em zonas residenciais, sobretudo num modelo de comércio de conveniência que reflete a maior apetência dos consumidores pela compra de proximidade devido aos novos hábitos de consumo que surgiram com a pandemia.



Habitação

  • Continua a existir uma elevada atividade de vendas ainda em planta, "o que reflete um mercado com falta de oferta num contexto de forte procura".
  • Os compradores internacionais agregaram 52% das vendas no 3º trimestre, no âmbito da atividade dinamizada pela JLL. Os níveis de procura alinham com os máximos do 4º trimestre de 2019.
  • Há um abrandamento no ritmo de subida dos preços.
  • À medida que o centro da cidade tem preços em patamares mais caros e produtos nos segmentos mais elevados, emergem diversas zonas com uma oferta de grande qualidade a preços mais acessíveis. Além disso, há maior apetência por zonas secundárias onde é possível adquirir casas maiores a preços inferiores, uma relocalização que também veio ser possível para muitas famílias devido aos novos modelos de trabalho.  Entre as zonas emergentes destacam-se Alcântara e Marvila, em Lisboa, e Oeiras na Área Metropolitana, segundo a consultora.





Fonte: site Idealista - https://www.idealista.pt/news/financas/investimentos/2021/11/08/49613-investimento-em-imobiliario-pode-chegar-aos-2-500-milhoes-no-final-do-ano
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