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O impacto da Covid-19 no mercado imobiliário no sul da Europa

Análise do idealista sobre procura, oferta e preços de imóveis residenciais em Portugal, Espanha e Itália mostra os efeitos da pandemia no setor.
23 nov 2020 min de leitura

Quase oito meses depois de ser declarada a pandemia mundial da Covid-19 e com "o mundo de pernas para o ar" - devido a uma crise sanitária, que rapidamente se tornou económica, social e política - quais foram, afinal, os efeitos no mercado imobiliário residencial no sul da Europa? De forma resumida, e genericamente, pode dizer-se que em Portugal, Espanha e Itália registaram-se impactos na oferta e na procura, mas os preços se mantiveram estáveis. Explicamos agora, em maior detalhe, com base numa análise do idealista.

Numa visão macro da evolução do preço médio unitário (€/m²) de venda em Portugal, Espanha e Itália durante 2020, além das capitais, conclui-se, a partir dos dados, que as localidades costeiras tendem a ter um preço unitário superior, tal como teve oportunidade de explicar Inês Campaniço, responsável pelo departamento idealista/data em Portugal, no Global NPL 2020, evento organizado pela SmithNovak, que se realizou na semana passada, este ano de forma virtual.

 

Covid-19 mostra a força do setor imobiliário

Até ao momento atual, "a pandemia não influenciou, de forma significativa, os preços em nenhum desses 3 países". Isto acontece, porque desde abril de 2020, e devido ao impacto da Covid-19, "o stock de imóveis residenciais para venda aumentou ligeiramente em Espanha e Itália, mas diminuiu significativamente em Portugal", segundo explicou a responsável, salientando que "as moratórias no crédito à habitação, sistemas de 'layoff' e as baixas taxas de juros também estão a ajudar a suportar essa estabilização de preços". Ao contrário de Espanha e Itália, "Portugal não tem uma base de dados de transações imobiliárias publicamente acessíveis, o que pode causar maior especulação de preços", destacou ainda.

O arrendamento tende a ser, tradicionalmente, mais volátil do que o mercado de venda de imóveis, porém, esta crise tem vindo a mostrar a resiliência do setor imobiliário, mantendo os preços de oferta estáveis mesmo neste mercado.

“As zonas mais orientadas para o turismo sofreram mais com o impacto da Covid-19 e as restrições de mobilidade, mas mesmo assim os preços não caíram substancialmente como muitos esperavam no início de março passado", indica Inês Campaniço.

 

Como se tem comportado a procura nestes meses

Embora tenha havido uma redução considerável da procura, durante o primeiro período de confinamento por causa do novo coronavírus, os três países recuperaram até maio - e tanto Espanha, como Itália apresentaram mesmo níveis de procura mais altos do que o período homólogo. O mercado imobiliário português também melhorou, mas não no mesmo ritmo dos mercados espanhol e italiano. "Atualmente, estamos a observar uma tendência decrescente devido à segunda vaga da pandemia", assinalou a especialista de dados.

Observando o mercado de arrendamento, Portugal atingiu o pico de procura no início de 2020. No entanto, com o confinamento, a procura diminuiu abruptamente e ainda não recuperou, face ao mesmo período de 2019. Espanha e Itália recuperaram durante os meses de verão, mas apresentam uma tendência descendente desde agosto. É certo que a falta de turismo teve grande influência na procura por arrendamento.

“Em algumas das maiores cidades de Portugal, como Lisboa e Porto, o preço unitário dos imóveis à venda ainda se encontra bastante estável. Uma das consequências mais evidentes da Covid-19 nessas cidades foi a redução de imóveis em oferta no mercado e, consequentemente, os preços ainda não caíram, pelo contrário, aumentaram ligeiramente. Lisboa foi a única cidade com uma procura acima da média do país. Também podemos observar um deslocamento da procura para as periferias das principais cidades", realçou a responsável de dados do idealista em Portugal.

 

  

 

A falta de turismo tem prejudicado o mercado português de arrendamento. O stock de arrendamento não aumentou como era esperado, porque as propriedades de arrendamento de curto prazo, voltadas para o turismo, não entraram para o mercado de arrendamento de longo prazo, como aconteceu na Espanha e na Itália.

"Isso deveu-se, principalmente, a uma restrição legal que retira permanentemente a licença de turismo de curto prazo (alojamento local) se essa mudança acontecer. Portanto, muitos proprietários e empresários preferem esperar para ver o que acontece no mercado, simplesmente retirando os seus imóveis do mercado, ou mais recentemente adaptando seus negócios e colmatando a necessidade de alojamento para estudantes", esclareceu.

Embora os preços do arrendamento só tenham começado a ajustar-se no final do verão, a maioria das zonas turísticas do centro da cidade ainda não recuperou o nível de procura anterior à pandemia. Por outro lado, as zonas tipicamente de famílias de classe média tiveram mais procura durante os meses de verão.

  

Os espaços exteriores, como terraço, jardim ou piscina, tornaram-se nas principais características da pesquisa de casa nos 3 países, tanto no mercado de venda como de arrendamento. “A procura por terrenos para venda assumiu uma posição de liderança em Espanha com um aumento de 72% de março a setembro, seguida de casas de campo e moradias, indicando claramente a necessidade de mais espaços interiores e exteriores. Em Portugal, os apartamentos com terraço e jardim e piscina comuns tiveram um aumento exponencial de 121%. Os terraços também são a característica mais procurada no mercado italiano de vendas", revelou.

No que diz respeito ao mercado de arrendamento, a tendência de procura por mais espaços exteriores continua. Os imóveis com áreas mais pequenas tiveram muito menos procura, em setembro, do que em março, nos três países.

 

O sul da Europa sempre foi uma área muito procurada por investidores internacionais. E, apesar da Covid-19 limitar a mobilidade internacional, o interesse do mercado estrangeiro não diminuiu.

quais os estrangeiros que estão a procurar imóveis para comprar nas localidades costeiras da Espanha, Portugal e Itália? “A Itália foi o primeiro país europeu com casos de Covid-19, o que fez a procura internacional cair drasticamente em março. No entanto, este país apresenta atualmente uma grande recuperação da procura internacional, ao contrário de Portugal, o que poderá estar relacionado com as alterações do programa dos vistos gold, que se esperam até ao final do ano".








Fonte: site Idealista - https://www.idealista.pt/news/imobiliario/habitacao/2020/11/03/45143-impacto-da-covid-19-no-mercado-imobiliario-no-sul-da-europa#xts=582068&xtor=EPR-1059-%5Bnews_daily_20201104%5D-20201104-%5Bm-01-titular-node_45143%5D-27037011@3
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