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O melhor país para golfe quer ser também um país de praticantes

Setor estratégico para o Turismo de Portugal, o golfe atrai cada vez mais turistas e gera mais receitas. Com dois portugueses no European Tour, falta aumentar número de jogadores.
26 out 2019 min de leitura

A distinção, pelo terceiro ano consecutivo, como melhor destino mundial de golfe, atribuída nos World Golf Awards, veio reforçar a evidência: Portugal é um paraíso para os golfistas de todo o mundo, que cada vez mais procuram os campos portugueses para praticar o seu swing. E os números disponibilizados pelo Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) suportam a tendência: anualmente, 300 mil turistas visitam Portugal com o golfe como objetivo, gerando receitas diretas avaliadas em cerca de 120 milhões de euros.

"A indústria do golfe tem crescido muito nos últimos cinco anos e esperemos que continue a crescer. Esta distinção, enquadrada com outras distinções na área do turismo, permite promover uma política concertada que pode traduzir-se num aumento do número de turistas que vêm a Portugal com o golfe na agenda", observa Pedro Fontainhas, diretor executivo do CNIG, sobre este que é, a par do surf, um dos dois desportos considerados estratégicos pelo Turismo de Portugal para a promoção externa do país.
 

Quais os fatores de distinção?
A aposta, reforçada nos últimos anos - dos 51 campos de golfe que existiam em Portugal no final do século passado (1999) saltou-se para os 90 atuais -, é quase uma imposição natural: "O clima é um fator óbvio. A média de dias de sol por ano, superior a 300, é caso único na Europa", reconhece o gestor. A instabilidade geopolítica que afetou outros mercados concorrentes, como os do Mediterrâneo, também ajudou à crescente procura nos últimos anos. Mas há outros fatores de distinção que fazem de Portugal um destino de eleição para os golfistas.

"Os campos de qualidade e os profissionais qualificados que temos. A qualidade média do parque que oferecemos é muito elevada. Em comparação com Espanha ou França, por exemplo, é muito superior. Além disso, toda a oferta complementar, como o clima, a gastronomia, o turismo. Portugal é um país que está na moda atualmente", refere o presidente da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), Miguel Franco de Sousa, salientando a importância do golfe para a economia nacional. "Além dos cerca de três mil postos de trabalho diretos gerados pelos 90 campos existentes, há uma série de outras indústrias alavancadas pela projeção do golfe, como os rent-a-car, turismo de imobiliário etc.", explica o dirigente federativo.

O Algarve é, naturalmente, a região que concentra o maior número de campos em Portugal (44%), seguido pela região de Lisboa (17,58%). "O Algarve é campeão de vendas e tem reforçado o seu estatuto como uma das melhores regiões mundiais para a prática de golfe, mas na região centro, em redor de Lisboa, a oferta é também cada vez melhor", aponta Pedro Fontainhas, do CNIG, sublinhando a importância do golfe no combate "à sazonalidade" do turismo algarvio.

Por entre o reconhecimento do golfe como um setor estratégico para o país, há contudo alguns lamentos a notar, sobretudo o aumento do IVA decretado em 2011, de 6% para 23%. "Foi muito prejudicial para as empresas e operadores do setor", coincidem Pedro Fontainhas e o presidente da FPG, Miguel Franco de Sousa.

Objetivo 2028: 50 mil praticantes

Além disso, e apesar de Portugal ter conquistado já esse reconhecimento mundial como um destino de excelência para a prática de golfe, a procura externa ainda tem pouca correspondência no mercado interno. "A ideia é fazer que Portugal não seja apenas um país para golfe mas também um país de golfe", indica o líder federativo.

"Ao contrário do que tem sido tendência a nível mundial, em que os praticantes têm diminuído, em Portugal registámos um crescimento ligeiro nos últimos três anos", nota Miguel Franco de Sousa, acrescentando que o número de jogadores federados subiu "de 14 094 em 2014 para 14 600 em 2016" - um aumento a rondar os 3,6%. No entanto, o objetivo da atual direção da Federação Portuguesa de Golfe é bem mais ambicioso: "Até 2028 queremos chegar aos 50 mil. Não é de mais."

Miguel Franco de Sousa confia que a maior divulgação da modalidade pode ser favorecida pelos bons resultados de jogadores nacionais como Ricardo Melo Gouveia e José Filipe Lima. Além disso, em 2017, Portugal voltou também a ter dois torneios no calendário do European Tour.






Fonte: Site Diário de Notícias - https://www.dn.pt/desporto/interior/o-melhor-pais-para-golfe-quer-ser-tambem-um-pais-de-praticantes-5582751.html

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