Portugal contraria tendências europeias

30 dez 2019 min de leitura

Nova Iorque ocupa, pelo oitavo ano consecutivo, o primeiro lugar na captação de capital, de acordo com o índice “Winning in Growth Cities” da Cushman & Wakefield. A consultora revela ainda que, contrariando a tendência registada na Europa, a atividade de investimento em Portugal tem vindo a manter uma evolução positiva ao longo de 2019.

Os volumes de investimento global no mercado imobiliário comercial estabilizaram, atingindo 1,02 bilhões de dólares entre Junho de 2018 e Junho deste ano, o que traduz uma queda de 0,7% face ao mesmo período do ano anterior, revela o estudo anual da Cushman & Wakefield, “Winning in Growth Cities”.

Não obstante, a procura manteve-se em níveis recorde, com os investidores nacionais e regionais – mais do que os players globais – a impulsionarem a actividade. Os preços elevados e a escassez de produto justificam o abrandamento da atividade de investimento, já que, de um modo geral, os investidores se mostraram pouco dispostos a entrar em mercados mais arriscados ou subir os valores de oferta, tendo em conta a incerteza na evolução das taxas de juro e no contexto económico.

As tendências variaram muito de mercado para mercado, com a América do Norte a registar um crescimento próximo dos 13% na sua atividade – o seu melhor desempenho em cinco anos – enquanto a Europa e a Ásia observaram um declínio de 12%, com quedas mais acentuadas na América Latina (-38,5%) e no Médio Oriente (-65,5%).

Nova Iorque fortaleceu a sua posição enquanto cidade número um a nível global na captação de investimento, com um crescimento anual de 20%, ocupando, pelo oitavo ano consecutivo, o primeiro lugar no índice da Cushman & Wakefield, que classifica as cidades de acordo com o seu sucesso na atração de capital.

As cidades norte-americanas são, aliás, as que mais se destacam na edição deste ano: Los Angeles ocupa a segunda posição, enquanto São Francisco subiu três posições para o terceiro lugar, ultrapassando Londres, em quarto, e Paris, em quinto.

Ao todo, o EUA conquistaram 13 dos 25 primeiros lugares do ranking global, nove dos quais registaram um aumento dos volumes de investimento face ao ano anterior, com destaque para Boston (+ 66%), Seattle (+38%) e São Francisco (+35%). Este crescimento foi impulsionado pela procura doméstica robusta e pela contínua atratividade da liquidez dos mercados core, tendo em conta o baixo nível de retorno dos investimentos alternativos e o baixo custo de financiamento.

A Ásia Pacífico reivindicou sete das 25 cidades principais, com Tóquio (8º) a recuperar o primeiro lugar na região a Hong Kong. Por sua vez, a Europa contabiliza cinco cidades no top 25 encabeçadas por Londres (4ª) e Paris (5ª). Madrid registou claramente o crescimento mais célere no âmbito europeu, com os volumes de investimento a crescerem 144%, ocupando o 21º lugar a nível global e o 3º na Europa.

Contrariando a tendência registada na Europa, a actividade de investimento em Portugal tem vindo a manter uma evolução positiva ao longo de 2019, beneficiando do crescimento favorável da economia e do dinamismo no mercado ocupacional. Apesar de Lisboa continuar a captar a maior fatia de investimento, a liquidez dos investidores e a atratividade dos retornos oferecidos tem levado a um alargamento da procura a outras zonas do País, nomeadamente o Porto. A larga maioria do capital investido é de origem internacional, com destaque para a Alemanha e Reino Unido.

De acordo com Andreia Almeida, directora de Research na Cushman & Wakefield, em Portugal: “Embora com uma maior tendência para a estabilização em consequência da provável desaceleração da economia mundial, as perspectivas para a evolução do investimento imobiliário em Portugal são positivas. Dada a diversidade de produto imobiliário que atualmente se encontra em oferta no País, este consegue atrair todo o tipo de investidores, desde oportunistas a especializados, com os setores de retalho e escritórios a continuarem entre os mais procurados. Contudo, e à semelhança do que tem vindo a verificar-se em 2019 com hotelaria, antecipa-se que o radar dos investidores continue a alargar para segmentos alternativos por via da maior maturidade do mercado”.





Fonte: site Magazine Imobiliário - 
http://www.magazineimobiliario.com/imobiliario/portugal-contraria-tendencias-europeias/

Veja Também
Outras notícias que poderão interessar
Estamos disponíveis para o ajudar Pretendo ser contactado
Data
Hora
Nome
Contacto
Mensagem
captcha
Código
O que é a pesquisa responsável
Esta pesquisa permite obter resultados mais ajustados à sua disponibilidade financeira.