Preparar o futuro do imobiliário: 10 grandes tendências e desafios para o setor

A atual crise trouxe novos paradigmas para cima da mesa. Um estudo da CBRE ajuda a entender o que aí vem, nos vários segmentos.
06 abr 2020 min de leitura

“O mercado de trabalho até 2030 será mais fluído, em alternativa ao ‘local fixo’, desbloqueando a produtividade, crescimento e criatividade”, esta é uma das conclusões do estudo Global Outlook 2030 - The Age of Responsive Real Estate, realizado pela consultora imobiliária CBRE, que analisa as 10 grandes tendências e desafios do setor para a próxima década. Um tema interessante nos dias que correm, tendo em conta que muitos portugueses estão em teletrabalho, devido à pandemia do novo coronavírus.

Segundo a consultora, até 2030, e pela primeira vez na história, quatro gerações ocuparão o local de trabalho simultaneamente, desde os Baby Boomers – nascidos entre 1945 e 1964 – à geração Z, que nunca conheceu um mundo sem tecnologia e é responsável por 1/3 da força de trabalho. Um cenário que traz desafios específicos às empresas. 

A CBRE conclui ainda que, em matéria de ‘living’, a próxima década será marcada pela “hotelização” do mercado imobiliário, significando a reinvenção do residencial, do retalho e dos espaços de trabalho com base nos princípios da hospitalidade e hotelaria. 

“O retalho será ainda alvo de uma verdadeira revolução pautada pela convergência entre o comércio online e redefinição do significado da palavra ‘loja’”, conclui a consultora. 

No que diz respeito ao investimento, “2030 será pautado pela ascensão das máquinas, ou seja, a inteligência artificial vai permitir o advento de PropTech – empresas tecnológicas no setor imobiliário -, revolucionando a maneira como os imóveis são avaliados, comprados, vendidos e geridos”, conclui o estudo.

Segundo Cristina Arouca, diretora de Research da CBRE Portugal, até 2030, os edifícios serão alvo de uma verdadeira revolução tecnológica e até ideológica, tendo impacto direto na forma que os mesmos são utilizados e negociados”

CBRE
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Estas são, segundo a CBRE e de forma resumida, as 10 grandes tendências e desafios para o setor imobiliário na próxima década. Podes consultar o estudo na íntegra clicando neste link.

1 - A fluidez do espaço de trabalho

O mercado de trabalho – e hoje mais que nunca – está a preparar-se para uma intensa cultura de mobilidade, em substituição do espaço físico. A consultora prevê que, durante a próxima década, este tipo reconfiguração acelere, dando às empresas o desafio de criar uma rede de localizações e capilaridade para que os colaboradores se sintam mais atraídos pela empresa e, consequentemente, mais criativos e produtivos. 

2 – Bem-vindos ao espaço de trabalho 5G+

Pela primeira vez na história, vão passar as existir quatro gerações a ocupar o espaço de trabalho simultaneamente, trazendo desafios acrescidos às empresas a nível de convergência. Em 2030, A Geração Z vai ocupar um terço da mão de obra, mas terão em sua companhia as três gerações precedentes, até porque os baby boomers (nascidos entre 1945-1964) estão a aposentar-se mais tarde e, em 10 anos, o mais novo deles estará na casa dos 60 anos e provavelmente ainda a trabalhar.

3 – As novas lideranças: Chief Places Officer

Todo este novo paradigma terá impacto direto nos desafios corporativos e na orgânica no C-suite, uma tendência reforçada por um estudo recente do Linkedin que assinala que existem mais caminhos do que nunca para quadros superiores, como resposta ao novo portfolio e dinâmica das empresas. 

4 – A "hotelização" do mercado imobiliário

 A “hotelização”, ou seja, a reinvenção do residencial, retalho e espaços de trabalho com base nos princípios da hospitalidade e hotelaria, vai abanar o modelo de 'business-as-usual' do mercado imobiliário, prevendo-se que, em 2030, seja uma tendência consolidada entre os maiores players globais. Mas hoje já se começa a sentir esta disrupção nas empresas emergentes que têm introduzido tecnologias exclusivas, modelos de negócio inovadores e uma elevada experiência, prometendo um maior uso dos edifícios e mais receita. 

Photo by Ross Findon on Unsplash
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5 – The 'next big shift' do retalho

Nos próximos anos, o comércio online vai continuar a mudar drasticamente, não apenas na maneira como as mercadorias chegam à nossa porta, mas também na definição do que é uma “loja”. O tamanho físico, a sua forma e a localização dos edifícios que abastecem o ecossistema de retalho vão mudar e a inteligência artificial será um ponto de contato em quase todas as etapas da jornada.

6 – As novas 'Boomtowns' com um aumento repentino de dimensão e atividade económica

Em 2030, a Geração Z começará a herdar (e a mudar) a economia, representando uma fatia de mais de mil milhões de habitantes e 31% da população trabalhadora ativa. Isto vai contribuir para uma redefinição significativa de algumas das maiores áreas metropolitanas e acelerará a ascensão dos mercados emergentes como epicentros influentes da economia mundial.

7 – O amanhecer do século asiático

Várias tendências económicas, tecnológicas e demográficas posicionam a Ásia-Pacífico como potencial líder na vanguarda da economia global até 2030 e não só pelo surgimento da Geração Z. Na próxima década, projeta-se que os países asiáticos tenham quatro das dez maiores economias do mundo, de acordo com a Oxford Economics. E pode acontecer o tão esperado salto da China, que ultrapassará os EUA, com um PIB previsto de 24 trilhões de dólares. Apesar das recentes tensões comerciais, o mundo ocidental procurará permanecer ligado à Ásia, devido ao crescimento dos seus mercados.

8 – A ascensão das máquinas

Com a Inteligência Artificial, o investimento imobiliário comercial vai tornar-se mais acessível. Devido à proliferação de dados, bem como à redução dos custos em computação, as tarefas quotidianas, que levavam semanas a serem concluídas, são agora feitas de forma rápida e eficiente, reduzindo custos e aumentando receitas. 

9– A nova matemática

A fórmula para avaliação de imóveis está a mudar, a começar pelo setor do retalho. No sentido figurado, as “paredes” dos imóveis comerciais estão a cair rapidamente, as convenções de longa data que definem quem e o que ocupa os edifícios estão, em muitos casos, a desaparecer. Os trabalhadores já não se limitam a escritórios luxuosos e o retalho não se demarca apenas numa loja física. 

10– A classe de ativos do futuro

Os ativos multifamiliares estarão no epicentro do investimento imobiliário. As populações urbanas estão a crescer e as cidades estão a procurar melhorar a habitação, o trânsito, o meio ambiente e a sustentabilidade. A CBRE estima que até 2030, provavelmente cerca de 2 bilhões de pessoas viverão em casas arrendadas, inspiradas pelo modelo norte-americano. Para satisfazer a procura, as moradias multifamiliares de propriedade institucional serão responsáveis por um quinto do volume global de investimentos e o capital transfronteiriço ajudará a impulsionar a mudança.

Photo by Elena Koycheva on Unsplash
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