Sete cidades brasileiras que parecem portuguesas Não é apenas a língua portuguesa que une brasileiros e portugueses: é também a arquitetura das suas cidades que pode ser muito semelhante. 12 jan 2020 min de leitura A belíssima Língua Portuguesa que une os dois países é o resultado de séculos de história em comum. Por isso mesmo, sejamos honestos: não é surpresa nenhuma encontrar semelhanças entre as cidades de Portugal e do Brasil, dada a enorme influência que o nosso país exerceu na cultura, no estilo de vida e na arquitectura da antiga colónia. No entanto, as semelhanças são tantas que visitar alguma destas cidades do Brasil no pode fazer sentir em casa. Percorrer as ruas e vielas de Paraty, de Ouro Preto ou de São Luís não é muito muito diferente do que caminhar pelas ruas de Óbidos ou de Lisboa, por exemplo. Aliado a este pormenor, está o detalhe das semelhanças culturais e gastronómicas e da extrema simpatia do povo brasileiro, eterno povo irmão dos portugueses. Vale a pena maravilhar-se com a beleza de algumas cidades brasileiros que o vão fazer sentir em Portugal. 1. Ouro Preto Fundada no final do século XVII, a cidade de Ouro Preto foi o ponto de convergência dos mineradores de ouro e o centro da exploração de minas auríferas no Brasil do século XVIII. A cidade declinou com o esgotamento de suas minas a princípios do século XIX, todavia subsistem muitas igrejas, pontes e fontes que testemunham seu passado esplendor e o talento excepcional do escultor barroco António Francisco Lisboa, “Aleijadinho”. Ouro Preto Nenhuma outra cidade de Minas Gerais tem oferta tão grande de belas igrejas abertas à visitação. E elas não são importantes apenas pela questão religiosa. Muitas igrejas de Ouro Preto são verdadeiras obras de arte e exemplares magníficos da arquitectura colonial. Percorrê-las é um presente para os olhos. Grandes nomes da arte barroca mineira trabalharam em projectos dos edifícios, esculturas e pinturas das igrejas setecentistas. Ouro Preto Entre os artistas mais importantes está António Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Além dele, destacam-se também Manuel da Costa Ataíde (conhecido como Mestre Ataíde), Manuel Francisco Lisboa (pai de Aleijadinho) e Francisco Xavier de Brito. Entrar nas igrejas de Ouro Preto é como visitar museus. Cada uma reserva uma obra especial. A tarefa, no entanto, pode não ser fácil. Muitas vezes, as igrejas não têm horário regular de abertura, estão fechadas para restauração ou cobram ingressos para visita. Na verdade, quase todas as igrejas de Ouro Preto exigem pagamento para serem visitadas por dentro. 2. Salvador Primeira capital do Brasil, Salvador reúne o presente e o passado em perfeita harmonia e, levando-se em conta a topografia da cidade – dividida em Alta e Baixa – fica fácil mapeá-la e vislumbrar os atractivos escancarados em cada esquina. É na parte alta que fica o colorido Pelourinho, bairro histórico e tombado pela Unesco como Património da Humanidade. Salvador da Bahia Nas suas ruas e vielas estão centenas de casarões dos séculos 17 e 18 que abrigam de museus a terreiros de candomblé, além de templos católicos que atraem estudiosos do mundo todo – é o caso da igreja de São Francisco, considerada a obra barroca mais rica do país. Para chegar à parte baixa de cidade é preciso entrar, literalmente, em um dos cartões-postais de Salvador: o Elevador Lacerda, que faz a ligação entre os dois pontos. Salvador Uma vez à beira da Baía de Todos-os-Santos, explorar as praias é fundamental. Entre as urbanas, Porto da Barra é a mais democrática e movimentada. Afastadas do Centro, Itapuã, Stella Maris e Flamengo têm águas limpas e trânsito intenso nos fins de semana. No meio do caminho, o bairro do Rio Vermelho reúne os boémios e os fãs dos mais famosos acarajés de Salvador, preparados pelas baianas Dinha e Regina. 3. Diamantina Diamantina é uma cidade colonial incrustada como uma pedra preciosa num inóspito maciço montanhoso. É um testemunho da aventura dos mineradores de diamantes do século XVIII, assim como do influxo exercido pelas realizações culturais e artísticas do ser humano em seu marco de vida. Diamantina Foi do brilho de uma pequena pedra preciosa que nasceu Diamantina. Quando ainda no século XVIII, os bandeirantes chegaram e fizeram as primeiras lavras, no córrego do antigo Arraial do Tijuco. Diamantina Reza a lenda, que a luz que aparecia nas águas dos rios Jequitinhonha e São Francisco, brilhava tanto, que acabou chamando a atenção dos desbravadores. Eles estavam à procura de ouro na região, mas acabaram por encontrar diamantes. 4. Paraty O Centro Histórico de Paraty remonta aos idos de 1820, quando suas ruas já possuíam seu calçamento pé de moleque. A presença das águas, com a invasão das marés na lua cheia, a cultura do café e da cana, o porto e seus piratas, a maçonaria determinaram o traçado do Centro Histórico de Paraty. Paraty As ruas foram todas traçadas do nascente para o poente e do norte para o sul. Todas as construções das moradias eram regulamentadas por lei, podendo pagar com multa ou prisão, quem desobedecesse as determinações. Paraty A maçonaria deixou sua forte marca nas fachadas dos sobrados com desenhos geométricos, em relevo. O Centro Histórico, considerado pela UNESCO como o conjunto arquitectónico colonial mais harmonioso é Património Nacional tombado pelo IPHAN. As suas ruas, protegidas por correntes que impedem a passagem dos carros, preservam ainda o encanto colonial, aliado a um variado comércio e a expressões culturais e artísticas muito intensas. 5. Olinda O Centro Histórico de Olinda, também chamado de Cidade Alta, abrange a área histórica do município brasileiro de Olinda, no estado de Pernambuco.Quase um terço da área total do município é tombado. A preservação desse sítio histórico começou na década de 1930, quando os principais monumentos foram tombados. Olinda A partir daí foram promovidas várias acções no sentido de preservar todo o património histórico, cultural e arquitectónico do município. O sítio foi declarado Monumento Nacional pelo Congresso Nacional em 1980, e em 1982 foi reconhecido como património mundial pela UNESCO. Olinda Fundada em 1535 por Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da capitania, em um sítio elevado que favorecia a defesa da povoação e controle da região, Olinda se tornou capital e um importante pólo económico no fim do século XVI, enriquecida com a cana-de-açúcar. 6. São Luís O Centro Histórico de São Luís compreende uma área de 220 hectares de extensão em São Luís, capital do Maranhão. Cerca de 3000 imóveis estão tombados pelo património histórico estadual, e 1400 pelo IPHAN. Parte desse sítio foi declarado Património Mundial em 1997, por seu conjunto arquitectónico colonial português adaptado ao clima do local. São Luís do Maranhão A principal característica arquitectónica do centro histórico é mesmo a preocupação com o clima, quente e húmido. Entre as soluções, estava o uso de azulejos na impermeabilização das fachadas de taipa. As plantas são em “L” ou em “U”, com grandes telhados evenezianas. São Luís Os prédios arquitectónicos constituem sobrados, casas térreas e solares. Os sobrados possuem até quatro pavimentos, sendo o térreo loja comercial e os outros pisos residências. Os solares, sobrados sumptuosos, possuem muitos detalhes refinados, e as casas térreas, por fim, passíveis de várias classificações (por exemplo, morada inteira:porta com duas janelas de cada lado; meia morada: porta lateral e duas janelas). 7. Tiradentes História, gastronomia, artesanato, cultura, ecoturismo, tranquilidade… É difícil definir a cidade de Tiradentes em poucas palavras. Justamente por isso, a charmosa cidade mineira atrai tantos visitantes, que podem conferir as diversas atracções e as opções de passeios para os mais variados gostos. Tiradentes – Foto: Hugo Martins Cada museu, igreja, rua ou praça oferece uma história diferente, contada por guias ou moradores que recebem os turistas com muita hospitalidade. O calendário de atracções culturais da cidade é extenso, com eventos durante o ano inteiro: Mostra de Cinema, Carnaval, Semana Santa, Jubileu da Santíssima Trindade, Encontro de Motos e Festival de Cultura e Gastronomia, entre outros. Tiradentes Fundada no início do século XVIII, Tiradentes possui aproximadamente sete mil habitantes e oferece infraestrutura completa para o turismo: restaurantes, ponto de táxi, serviço de informações, farmácias, posto de gasolina e lojas de artesanato. A hospedagem é um capítulo à parte. Dados de 2007 indicam que a cidade possui mais de 150 pousadas e hotéis, com opções para quem viaja sozinho, casais, famílias e grupos. Fonte: site Vortexmag - https://www.vortexmag.net/7-cidades-brasileiras-que-parecem-portuguesas/ Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado